quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Carta Aberta à Zilda Arns





Quis o destino que a companheira Zilda, nos deixasse durante mais uma missão. O terremoto que abalou o Haiti, fez entre tantas vítimas a heroína brasileira, que estava no país para mostrar o nobre trabalho feito pela Pastoral da Criança, que ajudou e continua a ajudar no combate a mortalidade infantil e a desnutrição. Descanse em paz companheira, assim como afirmou seu irmão Dom Paulo Evaristo Arns, sua morte não servirá de motivo para perdermos a esperança.

Pelo contrário, seu trabalho nos serve de estímulo para continuar nossa caminhada, que até pouco tempo atrás também era sua. Sua partida nos transformou em herdeiros de um belo trabalho, reconhecido em todo o mundo. Mesmo com sua ausência forçada, continuaremos sonhando e buscando nossa utopia de um mundo mais justo e igualitário, tão propagado pelo nosso Mestre.

Enquanto muitas pessoas que vivem a dizer por ai, que lutam pelas causas sociais utiliza tais bandeiras apenas para alcançar benefícios individuais, a companheira, assim como nós, humanos na contra mão da sociedade. Remamos contra a maré, quando vemos a maioria das pessoas afirmarem, que não faz mais sentido trabalhar pelo bem comum e só lembra-se de ajudar o próximo, quando os interesses pessoais são compatíveis com o “ato de caridade”.

A Pastoral da Criança e também a da Pessoa Idosa, mostram o quão fundamental é trabalharmos para transformar a realidade destes grupos, tão esquecidos pela maioria da sociedade. Elas, assim como as demais pastorais sociais da igreja, onde a Pastoral da Juventude também se inclui e tem orgulho disso, mostra que é possível se construir um novo mundo e que neste mundo não haja distinções entre as pessoas.

Que o trabalho delas alcance cada vez mais países necessitados como o Haiti, principalmente agora depois desta enorme tragédia, que se abateu sobre ele, mas, que este obstáculo seja visto como uma mola propulsora, que espalhará as atividades das pastorais nos outros tantos países carentes que existem pelo mundo.

Continuaremos buscando um novo horizonte de onde avistaremos o lugar onde não haja desigualdade, nem oprimidos e que todos sejam tratados de forma digna. Obrigado companheira, pelo seu exemplo de luta e perseverança, continue a motivar a cada dia mais pessoas para se unir ao nosso cordão nesta caminhada rumo ao momento novo de transformação social tão buscado por nós.


Ricardo Abreu – Coordenador de Comunicação da Pastoral da Juventude – Vicariato Litoral – Diocese de Nova Friburgo.

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