quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Estão roubando nosso estado e município; dizem o prefeito, a vice e os vereadores governistas macaenses!
*Almir da Silva Lima
Isso está numa faixa em defesa dos royalties do petróleo utilizada unificadamente pelo prefeito Riverton Mussi (PMDB), a vice Marilena Garcia (PT) e os 11 vereadores governistas macaenses. O fato é que parodiando o ex-presidente Lula “nunca antes na História” fluminense e macaense se viu “denúncia” mais legítima do que esta levada ao público por tais nobres e digníssimos representantes do povo. Seja em relação ao desgovernador fluminense Sérgio Cabral Filho (PMDB) seja em relação aos seus citados pares governistas no Poder Executivo e no Legislativo de Macaé. Haja vista, a fama de “impoluto” do desgovernador, desde a época de deputado estadual, assim como do alcaide, da vice e dos edis governistas macaenses.
Sobre a “legitimidade” e a “coerência” da mencionada faixa, a opinião pública não ignora as “honradíssimas e nada milionárias” relações do desgovernador com empreiteiras. O alcaide macaense, sua vice e o presidente da Comissão de “Ética, Moral e Bons Costumes” da Câmara Municipal de Macaé são réus condenados por improbidade administrativa. Além disso, o alcaide recebe a “honraria de mérito” presidindo a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (OMPETRO). Já os 11 edis governistas têm a presidir-lhes um “honradíssimo” colega que desde 1993 aufere uma grana preta de aluguéis (salas de um prédio com três andares mais cobertura) onde, por sinal, funcionam os gabinetes parlamentares.
Tal edil, um burguesão, direitista e prepotente teve destacada na imprensa local de sua classe social esta frase “Temos que defender as nossas riquezas (sic) geradas pelo petróleo”. Já o edil que quis cassar o mandato do único colega petista coerente (oposicionista, digno) ignorando o valor capital dos royalties, disse “O lado social é o mais impactado (sic) pela movimentação do petróleo”. Por sua vez, sendo um burguês fisiológico e infiltrado no PT o único edil petista governista soltou esta perola “Somos a capital do petróleo (...). Nós temos o direito de receber esses recursos (...)”. Qualquer diretor de programa humorístico redigiria um texto dizendo o seguinte “Tá tudo dominado, fala sério”.
Em outras palavras, é evidente que a milionária questão dos royalties do petróleo tem do ponto vista dos interesses do povo trabalhador importância essencial e imprescindível. Para o povo trabalhador fluminense e especificamente de Macaé são centrais junto com o direito à indenização representada pelos milionários royalties do petróleo estas indissociáveis e preliminares questões: Uma vez que a sociedade é dividida em classes sociais, qual terá atendida como prioridade absoluta suas necessidades, anseios e reivindicações? Os milionários gastos públicos serão transparentes o suficiente para o controle do povo trabalhador? Enfim, são preliminares para a massiva participação do povo trabalhador.
Haja vista, são os próprios “representantes” do povo trabalhador nos Poderes Executivo e Legislativo que anda sentido falta do calor da massa desta classe social não representada em tais poderes públicos. Afinal, o massivo ato do dia 10 de novembro no Rio de Janeiro somente foi possível devido ao caráter chapa-branca.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

É POR AMOR

Sim, é por amor à vida que cantamos.

E, tantas vezes, choramos também.
É por amor a vida,
Que estamos lutando
E vamos andando lentamente
Para buscar a luz
E a liberdade das manhãs de sol.

É por amor a vida,
Sim, é por amor à vida...
que encaramos de frente
Essa imensa dor que se nos impõe...
É por amor a vida
Que estamos nas ruas, nas praças, nas estradas...
E gritando palavras de ordem, de uma nova ordem!

Sim, é por amor,
E por amor a vida
Que marchamos nas madrugadas de lua nova
Levando nos braços a fúria das tempestades,
pronto a resgatar a terra que nos tomaram (...)

Sim, é por amor a vida
Que profundamente doloridos
Recolhemos em nossos braços
Os que foram brutalmente feridos
E quando já não podemos
Devolver-lhes a respiração
Nós comungamos de seu sangue
E os fazemos ressuscitar
Em milhares de vidas e sorrisos!

É por amor a vida
Que escrevemos nas pedras
Os poemas da esperança rebelde
Que pichamos nos muros e nas portas
As frases corajosas de um futuro novo,
Quase dançamos nas festas de sábado,
No batuque do carnaval de um povo livre!

É por amor
Que nos abraçamos, que nos beijamos na esquina
E já não tememos andar de braços dados
seguindo a bandeira da paz
E da ternura consequente!
Sim, é por amor à vida
Que desesperadamente amamos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

POR DENTRO DO CÉREBRO

Parte da entrevista rev. PODER, ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, abaixo,
quando lhe foi perguntado:

O que fazer para melhorar o cérebro ?
Resposta:

Você tem de tratar do espírito.
Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício.

Se está deprimido, com a autoestima baixa , a primeira coisa que
acontece é a memória ir embora.
90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto,
desestímulo.

Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter motivação.
Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que
está fazendo
e ter a autoestima no ponto.
PODER: Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acho que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte
cerebral,
você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar,
o coração está batendo, mas ele não está mais vivo.


PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?

PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral.
Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50%
quando rompem,
não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma
sequela grave:
ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem.
Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar,
tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave,
que pode ser prevenida com um check-up.

PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média
era um horror.
As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas.
O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor.
Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?

PN: O exagero.
Na bebida, nas drogas, na comida.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bem num corpo muito maltratado, e vice-versa.


PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa,
mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral,
cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter,
colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na
célula, com partículas que
carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente.
Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.


PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos.
As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera.
Ninguém quer a decadência da velhice.
Se você puder ir bem de saúde, de aspecto, até o dia da morte, será
uma maravilha.


PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente.
Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades.
Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de
fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez.
Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás.
Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo
atrás, se adaptando.

PODER: Você acredita em Deus?
PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse,
aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz:
"Ele está salvo".
Aí, a família olha pra você e diz:
"Graças a Deus!".
Então, a gente acredita que não fomos apenas nós!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mensagem


Quando você conseguir superar
graves problemas de relacionamentos,
não se detenha na lembrança dos momentos difíceis,
mas na alegria de haver atravessado
mais essa prova em sua vida.

Quando sair de um longo tratamento de saúde,
não pense no sofrimento
que foi necessário enfrentar,
mas na bênção de Deus
que permitiu a cura.

Leve na sua memória, para o resto da vida,
as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade,
e lhe darão confiança
diante de qualquer obstáculo.

Uns queriam um emprego melhor;
outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta;
outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena;
outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos;
outros, ter pais.

Uns queriam ter olhos claros;
outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita;
outros, falar.
Uns queriam silêncio;
outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo;
outros, ter pés.

Uns queriam um carro;
outros, andar.
Uns queriam o supérfluo;
outros, apenas o necessário.

Há dois tipos de sabedoria:
a inferior e a superior.

A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe
e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eterno aprendiz na escola da vida.

A sabedoria superior tolera;
a inferior, julga;
a superior, alivia;
a inferior, culpa;
a superior, perdoa; a inferior, condena.
Tem coisas que o coração só fala
para quem sabe escutar!

Chico Xavier

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Das resistências afros

Das Senzalas gritaram os negros
Um Brasil que não tem respeito
Pelos povos e culturas diferentes
Brasil da mil culturas étnicas

Gritos de dores e resistência
De um Brasil tribal Africano
Embalados pelos tambores e atabaques
Nas danças lutas de uma cultura escravizada

Das senzalas salas de torturas
Uma fé alicerçada nas tradições ancestrais
Resistindo a dor e ao trabalho escravo
Em comunhão a resistência de vários povos

Dos gritos de liberdades das senzalas
A fuga da resistência para as matas
Em quilombos de irmandades negras
Uma dança de louvor aos Deus protetor

Oxalá viver a libertação dos senhores coloniais
Grito de LIBERDADE de um povo diversificado
Com danças, lutas e louvação pelejar pela vida
Seguindo os mandamentos do Criador

Um grito ecoando pela historia
Zumbi mártir de nossa resistência
Das periferias de nossas casas-grandes
Ainda cantamos a Libertação

Vivo Zumbi Viva
Viva nossos negros Brasileiros
Viva a resistência da luta negra
Viva a irmandade Humanidade

Rodrigo Szymanski
20/11/11 Dia da Consciência negra

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Espelho de Gandhi


"Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem os seres humanos.
Ele respondeu:
A Política, sem princípios; o Prazer, sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade.
A vida me ensinou que as pessoas são amigáveis​​, se eu sou amável,
que as pessoas são tristes, se estou triste,
que todos me querem, se eu os quero,
que todos são ruins, se eu os odeio,
que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio,
que há faces amargas, se eu sou amargo,
que o mundo está feliz, se eu estou feliz,
que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva,
que as pessoas são gratas, se eu sou grato.
A vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta. A atitude que eu tome perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim.
"Quem quer ser amado, ame""

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fez-se vingança, não justiça

Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor

Alguém precisa ser inimigo de si mesmo, e contrário aos valores humanitários mínimos, se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de novembro de 2001, em Nova Iorque. Mas é por todos os títulos inaceitável que um Estado, militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao terrorismo se tenha transformado, ele mesmo, num Estado terrorista. Foi o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do país. Fez mais, conduziu duas guerras, contra o Afeganistão e contra o Irã, onde devastou uma das culturas mais antigas da humanidade na qual foram mortos mais de cem mil pessoas e mais de um milhão de deslocados.

Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas? O bispo Robert Bowman, de Melbourne Beach da Flórida, que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente: ”Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.

Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo.

Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA, também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano "As veias abertas da América Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos "Blowback” (retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden.

Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.

Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barack Obama, como se fosse um "deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de "não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado. Assim se fez com Hussein do Iraque, com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann, em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barack Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se seqüestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos.

Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável. ”Minha é a vingança” diz o Deus das escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.

Osama e Obama


Frei Betto
Escritor e assessor de movimentos sociais

Estranho que a CIA, ao declarar que assassinou Osama Bin Laden, não tenha exibido o corpo, como fez à sobeja com outro "troféu de caça”: Ernesto Che Guevara.

Bin Laden saiu da vida para entrar na história. Até aí, nada de novo. A história, da qual poucos têm memória, está repleta de bandidos e terroristas, cujos nomes e feitos quase ninguém lembra. Os mais conhecidos são o rei Herodes; Torquemada, o grande inquisidor; a rainha Vitória, a maior traficante de drogas de todos os tempos, que promoveu, na China, a Guerra do Ópio; Hitler; o presidente Truman, que atirou bombas atômicas sobre as populações de Hiroshima e Nagasaki; e Stálin.

O perigo é que Osama passe da história ao mito e, de mito, a mártir. Sua morte não deveria merecer mais do que uma nota nas páginas interiores dos jornais. No entanto, como os EUA são um país necrófilo, que se nutre de vítimas de suas guerras, Obama transforma Osama num ícone do mal, atiçando o imaginário de todos aqueles que, por alguma razão, odeiam o imperialismo estadunidense.

Saddam Hussein, marionete da Casa Branca manipulada contra a revolução islâmica do Irã, demonstrou que o feitiço se volta contra o feiticeiro.

Desde 1979, Osama Bin Laden tornou-se o braço armado da CIA contra a ocupação soviética no Afeganistão. A CIA ensinou-o a fabricar explosivos e realizar ataques terroristas, movimentar sua fortuna através de empresas-fantasmas e paraísos fiscais, operar códigos secretos e infiltrar agentes e comandos.

"Bin Laden é produto dos serviços americanos”, afirmou o escritor suíço Richard Labévière. Derrubado o Muro de Berlim, desde 1990 Bin Laden passou a apontar seu arsenal terrorista para o coração de Tio Sam.

O terrorismo é execrável, ainda que praticado pela esquerda, pois todo terrorismo só beneficia um lado: a extrema direita. Na vida se colhe o que se planta. Isso vale para as dimensões pessoal e social. Se os EUA são hoje atacados de forma tão violenta é porque, de alguma forma, eles se valeram do seu poder para humilhar povos e etnias. Há décadas abusam de seu poder, como é o caso da ocupação de Porto Rico; a base naval de Guantánamo encravada em Cuba; as guerras ao Iraque e Afeganistão e, agora, à Líbia; a participação nas guerras da Europa Central; a omissão diante dos conflitos e das ditaduras árabes e africanas.

Já era tempo de os EUA, como mediadores, terem induzido árabes e israelenses a chegarem a um acordo de paz. Tudo isso foi sendo protelado, em nome da hegemonia de Tio Sam no planeta. De repente, o ódio irrompeu da forma brutal, mostrando que o inimigo age, também, fora de toda ética, com a única diferença de que ele não dispõe de fóruns internacionais para legitimar sua ação criminosa, como é o caso da conivência da ONU com os genocídios praticados pela Casa Branca.

Quem conhece a história da América Latina sabe muito bem como os EUA, nos últimos 100 anos, interferiram diretamente na soberania de nossos países, disseminando o terror. Maurice Bishop foi assassinado pelos boinas verdes em Granada; os sandinistas foram derrubados pelo terrorismo desencadeado por Reagan; os cubanos continuam bloqueados desde 1961, sem direito a relações normais com os demais países do mundo, e uma parte de seu território, Guantánamo, continua invadida pelo Pentágono.

Nas décadas de 1960 e 70, ditaduras foram instauradas no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia, na Guatemala e em El Salvador, com o patrocínio da CIA e sob a orientação de Henry Kissinger.

Violência atrai violência, dizia dom Helder Camara. O terrorismo não leva a nada, exceto a endurecer a direita e suprimir a democracia, levando os poderosos à convicção de que o povo é incapaz de governar-se por si mesmo.

Vítimas inocentes não podem ser sacrificadas para satisfazer a ganância de governos imperiais que se julgam donos do mundo e pretendem repartir o planeta como se fossem fatias de um apetitoso bolo. Os atentados de 11 de setembro de 2001 demonstraram que não há ciência ou tecnologia capaz de proteger pessoas ou nações. Inútil os EUA gastarem trilhões de dólares em esquemas sofisticados de defesa. Melhor seria que essa fortuna fosse aplicada na paz mundial, que só irromperá no dia em que ela for filha da justiça.

A queda do Muro de Berlim pôs fim ao conflito Leste-Oeste. Resta agora derrubar a muralha da desigualdade entre Norte-Sul. Sem que o pão seja nosso, nem o Pai e nem paz serão nossos.

[Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de "Conversa entre a fé e a ciência” (Agir), entre outros livros. www.freibetto.org - twitter:@freibetto
Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)].

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Carta




"Há muito tempo, sim, não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelhecí: olha em relevo
estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu menino, que a sol-posto
perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir, quando dizias
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho."


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Ataque do Medo a Esperança


Não é de hoje que o único vereador de oposição de nossa Macaé vem sofrendo com inúmeros ataques dos vereadores da base governista. Essa estratégia de ataque praticado por eles é um tanto covarde. De um ano e meio para cá esse tipo de ataque vem acontecendo e chegou num momento em maio deste ano de 2011 com o pedido de Cassação.

Será que todo este medo é fruto das pesquisas que apontam a oposição em Macaé como uma via melhor, a via da Esperança? Bom, o medo e os ataques descontrolados praticados são por saberem que não deveriam ter apoiado esse governo dos burgueses a mais de trinta anos no poder. É um medo de saber que deveriam se juntar a oposição e não comungar com o abandono do poder público em comunidades como: Nova Holanda, Nova Esperança, Fronteira, entre outras que até parecem ter vereador que é dono das áreas, mais nada faz para melhora-las.

A oposição não torce para uma Macaé quanto pior melhor como disse um cidadão, mas sim por uma Macaé mais desenvolvida, mais segurança, com infraestrutura, saúde e muito mais educação. Então base governista: podem até nos atacar, mas com inteligência.

A Esperança vencerá o Medo!

segunda-feira, 13 de junho de 2011


12/6/2011

''Lamento que líderes do PT deem consultoria aos donos do dinheiro''.

Entrevista com Frei Betto

Sete anos após deixar o governo Lula, no qual foi assessor especial da Presidência, o escritor e assessor de movimentos sociais Frei Betto é um entusiasta da experiência do PT no poder e crítico ferrenho dos dirigentes da sigla. Em meio à crise política e ao impacto do lançamento do programa Brasil sem Miséria, Frei Betto falou ao Estado. Ele elogiou o plano social e não poupou ataques à direção petista no caso Antonio Palocci: "Já não encontro os dirigentes dando consultoria a movimentos sociais".

A entrevista é de Fernando Gallo e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 12-06-2011.Eis a entrevista.Como o sr. analisa a saída de Antonio Palocci do governo? O governo demorou a agir diante da crise que se instalou a partir da constatação desse surpreendente aumento do patrimônio. Isso gerou muitas dúvidas. Dilma, diante de casos como esse, deveria seguir o exemplo do ex-presidente Itamar Franco, que licenciou o Hargreaves (Henrique Hargreaves, ministro da Casa Civil acusado de irregularidades no cargo) até que as coisas ficassem claras. Comprovada sua total inocência, foi reintegrado. No caso do Palocci, houve uma suspeita que os próprios correligionários abraçaram. O fato de a Executiva do PT não emitir uma nota de apoio, de solidariedade, era sintoma de que no partido pairavam dúvidas. Ali foi o momento em queDilma deveria ter tomado a providência de afastá-lo.O episódio pode ser considerado um indicativo de que o PT mudou seus ideais ao virar governo? Exatamente. Nunca me filiei a nenhum partido político, mas ajudei a construir o PT, assessorei muitos movimentos que formaram lideranças que hoje integram o PT e a política profissional. Lamento que os dirigentes do PT hoje deem consultoria aos donos do dinheiro. Andando pelo Brasil, já não encontro esses dirigentes prestando consultoria a movimentos sociais.O PT revisou o seu projeto? Ah, sim! No conjunto do partido, salvo exceções de honrosos militantes, o PT trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder. Quando se estende demasiadamente o bloco de alianças, há que fazer concessões. Elas levaram o PT a ter grande prestígio eleitoral, mas não é mais, infelizmente, o partido representativo dos movimentos sociais. Já não identificam nele o partido que vai enfrentar as forças que impedem reformas de estrutura no Brasil.Em um olhar mais geral, para além da crise, que avaliação o sr. faz do governo Dilma? Ainda é muito cedo para uma avaliação. A equipe de governo é boa. Tem muita gente que vem do governo Lula, já calejada. O governo está mantendo a política externa do Lula, que eu considero brilhante, e está aprofundando os programas sociais, o que é muito positivo. Não gosto do lema "País rico é país sem miséria". Devia ser "país digno", não "rico". Os Estados Unidos são ricos, mas têm 30 milhões de miseráveis. A China é rica e tem milhões de miseráveis. O sr. vê alternativa fora das alianças feitas pelo PT? É difícil governar sem alianças, concordo. Mas elas têm de ser feitas em cima de princípios, não de interesses. Quando os interesses aparecem, como no caso do Código Florestal, as divergências também transparecem. A posição do PT e a do governo não coincidiam com a de muitos membros da base, sobretudo a do PMDB. Como viu a atuação do governo na votação do Código Florestal? O PT ficou isolado, mas nesse assunto Dilma tem muita clareza e firmeza. Ela sabe que o Brasil vai abrigar no ano que vem uma importante conferência ambiental. Ela foi a Copenhague acompanhando Lula e assumiu compromissos internacionais. Espero que continue com essa posição firme de não ceder frente às flexibilizações da proposta aprovada na Câmara, que parecem prejudicar o meio ambiente e favorecer os desmatadores, aqueles que praticam assassinatos no campo, invadem a Amazônia com o agronegócio e derrubam árvores para fazer pasto.O sr. já criticou o governo por suspender o kit anti-homofobia. Pode ser um recuo tácito, mas o tema está em pauta. Você não pode ignorar uma questão que atinge milhões de brasileiros que têm uma opção de vida amorosa e sexual. Como a questão do aborto, também. O governo pode colocar debaixo do tapete, mas uma hora ela vai ter de vir à tona. São questões relevantes para a sociedade no mundo inteiro. Como um feliz ING que sou hoje - "indivíduo não governamental" -, penso que esses temas terão de ser encarados. Espero que Dilma, que tem passado de combatividade, venha a acabar com tabus e trazer mais luz a esses temas. O governo se omitiu no assassinato dos líderes do Pará? Para ser generoso, acho que agiu muito timidamente. Tinha de ter mandado ministros, o do Desenvolvimento Agrário, a dos Direitos Humanos. Deveriam ter ido à região, participado dos enterros, cobrado pessoalmente do governo do Pará, que não abre inquéritos. Deveria ter tido atuação mais rigorosa. No enterro do Chico Mendes, foi todo mundo. As pessoas que estão no governo se mexiam. As coisas são vistas pela TV, pelo jornal. Isso é inconcebível. Os mandantes e assassinos estão convencidos da impunidade. Você tem 98 mandantes e assassinos identificados e apenas um preso, que é o Bida, assassino da Dorothy Stang. Liberou geral o faroeste.Apesar das críticas, o sr. disse que a experiência do PT no poder é a melhor da história brasileira. Considero o governo Lula o melhor da história republicana, porque gosto muito do governo de d. Pedro II. Espero que o governo Dilma seja o prosseguimento do governo Lula, principalmente por causa dos avanços do ponto de vista social e à política externa. Minha expectativa é de que o governo consiga transformar políticas de governo, como o combate à miséria e a questão ambiental, em políticas de Estado. Que promova as sonhadas reformas de estrutura: política, tributária, agrária. Isso é urgente. Desde o início dos anos 60 o Brasil clama por isso.Qual a sua avaliação sobre o plano Brasil sem Miséria? Vejo com bons olhos. Ao menos no papel é um avanço em relação ao Bolsa Família. Espero, e desconfio, como bom mineiro, que o Brasil sem Miséria seja uma reedição do Fome Zero, que era um programa emancipatório. O Bolsa Família é um programa compensatório. Prova disso é que esse programa até agora não tem porta de saída. Quem entra não sabe como sair assegurando a própria renda e condições dignas de vida. O Brasil sem Miséria não só aumenta o número de famílias e os benefícios de três para cinco filhos até 15 anos, como abre perspectivas de funcionamento da porta de saída. Vamos ver na prática se funciona. Por que o projeto seria uma reedição do Fome Zero? O Bolsa Família foi introduzido no lugar do Fome Zero por questões eleitorais. O dinheiro não passava pelas prefeituras e os prefeitos se rebelaram. Pressionaram e conseguiram ganhar a guerra. Eles têm o controle do cadastro e evitam que surjam lideranças populares ameaçadoras das minioligarquias municipais. Além disso, segundo o TCU, há indícios de corrupção em 70% das prefeituras do Brasil. Para bom entendedor, meia palavra basta.

(http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44226 – Acesso 12.06.2011)

sexta-feira, 10 de junho de 2011


Pessoas:

Existem sem saber para que vieram, porque estão aqui, o que devem fazer, para onde vão!

Há aquelas que escolhem o dinheiro como base.

Outras que a família, amigos ou colegas de trabalho como base.

Outras, parece mentira, mas escolhem o sofrimento como base de sua felicidade.

Algumas escolhem ser feliz fazendo o outro feliz!

Todas têm o mesmo sentimento, mas como vimos, estão representados de diversas formas. O Amor. Às vezes escolhemos os caminhos errados, algumas vezes até sem volta e é aí que percebemos nossas falhas na escolha do caminho que num momento pensou que fosse o certo. A escolha é uma decisão! Se arrepender não é vergonha, mas muitas vezes precisamos errar na escolha para aprender. Isso é natural do ser humano. O que não é, é escolher sempre o sofrimento como o pilar de uma "felicidade". Precisamos amar quem nos ama. Quem nos quer bem. Quem mesmo que ainda não amemos. Deixemos o caminho aberto para que este sentimento construa sua morada. Até porque é mais fácil amar quem nos ama do que fazer alguém que amamos nos amar!

Temos que tomar decisões, não só no amor, mas também no trabalho.

Nem sempre é legal ter que se arrepender, então porque não refletimos melhor para tomar a decisão. A felicidade têm que está dentro de nós. Não precisamos nos escorar em algo para descobri-la. Beijos para todos!!!

Magnum Castro