quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SEGUNDA 21/12: HOMENAGEM AO DOM DA PAZ



Chegamos ao final de 2009, Apenas algumas semanas nos separam de um novo ano com desafios que ainda estão no campo do mistério. Entretanto, nós, principalmente os que tem alguma formação religiosa buscam referências em trajetórias de vida e exemplos que anima a vida e traz esperança para lutar por melhores dias não só para nós, mas para todos os seres vivos.
Uma dessas referências é o Dom Hélder Câmara. Esse ano, o Arcebispo do Rio e Arcebispo de Olinda e Recife completaria 100 anos, se não tivesse falecido em 1999. Foi o principal articulador e fundador da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e também do CELAN – Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho que trouxe avanços inigualáveis para a Igreja Católica e a luta dos Direitos Humanos na nossa Pátria Grande América Latina.
Foram as deliberações do Rio (55), Medellín (68), Puebla(79), Santo Domingo(92) e Aparecida (2007), principalmente Puebla e Medellín colocaram como prioridades da Igreja não só do Brasil, mas de todo o continente latino-americano o trabalho concreto na transformação da vida dos mais pobres. Daí as organizações de pastorais e movimentos não apenas católicos que atuam diretamente em garantir a promoção humana das milhões de pessoas que se encontram em condições de mera sobrevivência.
Dom Hélder foi importante na ligação entre Reino de Deus e as palavras do evangelho com a defesa da vida aqui e agora para todos e em plenitude. Enfrentou a ditadura militar e até algumas linhas de pensamento da Igreja, denunciou ao Brasil e ao mundo as práticas de torturas e sequestros, e os inúmeros abusos cometidos pelos militares durante a ditadura.
Proibido de falar no Brasil pelos militares e ameaçado de morte, inclusive com seus companheiros, padres mais próximos também ameaçados e até assassinados. Dom Hélder silenciou no Brasil por algum tempo. Mas intensificou palestras, pregações e participação em conferências em diversos outros países. França, Itália, EUA, Alemanha... Todos puderam ouvir as palavras do “Bispo Vermelho”, apelido dado pela Ditadura. E a cada dia Dom Helder acumulava maior respeito e mais respaldo internacional dentro da Igreja e na comunidade internacional.
Os anos de 1970, 71,72 e 73 foram no mínimo curiosos. Aclamado pelo mundo, foi indicado ao Nobel da Paz as quatro vezes. Na última vez, não havia concorrente com maior perfil para o prêmio e com extrema aceitação dos julgadores. Estranhamente, em 1973 não houve vencedor. Os militares pressionaram a organização do Prêmio que preferiu não entregar a ninguém a honraria. Foi o único brasileiro indicado tantas vezes ao Nobel e o único com resultado certo de levar o prêmio.
2009. Olinda, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília... e agora Macaé. Câmaras de Vereadores, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas... Igrejas, católica e não-católica. Cristãos e não-cristãos. Movimentos sociais, ong´s, organizações em defesa dos direitos humanos, organizações de combate a fome e a pobreza. Todos esses fizeram de 2009 um ano festivo, de reflexão, e de preparação para o que virá em 2010,11,12 e daí em diante.
Dia 21 de dezembro. A Câmara Municipal vai realizar uma Sessão Comemorativa. Por solicitação do vereador Danilo Funke(PT), que atendeu ao pedido de pastorais e movimentos, em especial a Pastoral da Juventude e o Movimento de Fé e Política.
Segunda feira, às 17 horas na Câmara a solenidade começará com o filme “O Santo Rebelde”, outro apelido recebido por Dom Helder. O filme traz as reflexões, a caminhada e trechos de palestras do Bispo pelo mundo e pelo Brasil. Uma bonita homenagem. Logo após, às 19 horas a solenidade oficial, comemorativa ao centenário.
Nesse momento de planejarmos um novo ano, vale, e muito, a contribuição que as lembranças que Dom Helder deixa para nós que queremos reforçar a esperança e a caminhada na defesa da cidadania plena e da justiça.
Guerreiro da Paz, Dom da Paz, Bispo Vermelho, Bispo dos Pobres, Profeta do Terceiro Mundo, Arcebispo das Favelas, Artesão da Paz, Dom do Amor, da Paz e da Justiça, Campeão da Solidariedade, Bispo Comunista... por suas próprias palavras: “nosso pai deu ao ser humano o poder e a responsabilidade de não se conformar com o sofrimento e com a dor inocente, ensinou-o a lutar contra a injustiça. É o nosso dever”.
Marcel Silvano – coordenador de formação da Pastoral da Juventude e coordenador da Pastoral da Comunicação

Carta Aberta a Dom Hélder Câmara


Salve irmão Hélder. Já se vai acabando o ano de 2009, um ano especial para todos nós, pois nele relembramos teu nome e sua história ao comemorarmos o centenário de seu nascimento. Já dizia o camarada Brecht, que pobre é o país que precisa de heróis e concordo com ele, não precisamos disso, assim como não precisamos de santos, precisamos é de exemplos e é isso que você é, um exemplo.
Sua história é a prova do real cristianismo que pode sim ser sintetizado na tão falada frase dita pelo nosso Mestre: "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo." Sua trajetória de luta pelos menos favorecidos e pela valorização dos direitos básicos do ser humano, serve de incentivo para que nós que aqui estamos, continuemos a caminhada na busca pelo Reino do Pai. Muitos dirão que isso é utopia e que nunca acontecerá.
Para este incrédulos, lembro o pensamento do escritor Eduardo Galeano, de que a utopia só existe para que continuemos caminhado ao seu encontro, mesmo que nunca a alcancemos. Sua atuação frente a igreja no Brasil e no mundo, buscou retomar o sentido original do cristianismo, que buscava a aproximação entre os mais necessitados e a igreja. Seguindo esta trilha, foi assinado logo após o Concílio Vaticano II, o Pacto das Catacumbas, que teve sua participação e que apontou as necessidades sociais como o norte para o catolicismo.
Foi a partir destes acontecimentos que surgiram movimentos como a Teologia da Libertação e posteriormente o Movimento Fé e Política, que a cada novo encontro renova as esperanças de um outro mundo possível para todos, assim como o irmão sempre defendeu. Suas atividades durante os anos de chumbo, aqui no Brasil trouxe à reflexão não apenas dos brasileiros mas de todo mundo, as barbaridades cometidas pelos militares.
Além destes desmandos dos militares eles ainda tentaram lhe castigar ao não permitir, que você fosse laureado com o Nobel da Paz, que inclusive não foi entregue à ninguém em 1972. Mas os que estes senhores não sabiam é que na verdade, estavam fazendo um grande favor ao grande inimigo deles, afinal, vendo alguns dos premiados depois dos anos 80, passou a ser motivo de orgulho não receber tal premiação.
Sua humildade e exemplo mostram-se ainda hoje que não serão prêmios e condecorações, que alimentam nossos sonhos, que assim como sua história são imortais. Parabéns irmão Hélder.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pastoral da juventude lança campanha nacional


Pastoral da juventude lança campanha nacional
Jovens realizam ato e lançam campanha contra a violência e o extermínio de jovens
Membros da Coordenação da Pastoral da Juventude do Litoral participaram no último final de semana em Ipatinga-MG do lançamento da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. A promoção que terá desdobramentos por diversas regiões do país será desenvolvida pelas Pastorais da Juventude do Brasil (Pastoral da Juventude Rural, Pastoral da Juventude Estudantil, Pastoral da Juventude no Meio Popular e Pastoral da Juventude) e estará aberta a adesões de outros movimentos e terá mobilizações em Macaé.
O ato de lançamento aconteceu durante o 7º Encontro Nacional de Fé e Política que teve como tema “Cuidar da Vida: Espiritualidade, Economia e Ecologia” reunindo militantes de diversos movimentos sociais, representantes de pastorais, padres, pastores e representantes de diversas denominações religiosas. As ações da campanha têm o objetivo de articular as organizações de juventude e levar para toda a sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, em especial o extermínio de milhares de jovens que está acontecendo no Brasil. “A campanha quer avançar na conscientização da sociedade e resultar em ações concretas que possam mudar essa realidade de morte”, declarou Marcel Silvano, coordenador de formação da Pastoral.
Três eixos foram traçados para o desenvolvimento as atividades: Formação política e trabalho de base; Ações de massa e divulgação; e Monitoramento da mídia e denúncia quanto à violação dos direitos humanos. As etapas serão baseadas em realização de debates, seminários com a temática da segurança pública, os direitos humanos e políticas públicas pra juventude e outros tipos de ataques à vida e aos direitos da juventude, movimentos de massa como marchas e caminhadas também estão na lista de ações a serem planejadas. “Vamos começar a discutir e propor com mais força as questões relacionadas aos direitos dos jovens” disse Magnum de Castro coordenador da Pastoral. Além disso, de acordo com Magnum, em janeiro haverá na cidade um fórum que tem o objetivo de consolidar o Conselho Municipal de Juventude. “Temos a proposta de acordo com o conselho nacional da Juventude e estamos mobilizados para trazer a representante da Pastoral da Juventude no Conselho Nacional”, declarou.
Ao final do ato, as centenas de jovens que participaram marcaram com as próprias mãos um grande painel representando a marca da campanha, várias mãos abertas indicando um “basta” a toda a forma de violência. O lançamento da campanha em Macaé será na solenidade em homenagem ao centenário de Dom Hélder Câmara que acontecerá na primeira quinzena de dezembro.

Juventude celebra a vida com cultura e animação



Cerca de 2 mil jovens, compareceram, no dia 29 de novembro, ao Colégio Nossa Senhora das Dores em Nova Friburgo, para comemorar o Dia Nacional da Juventude com o tema Juventude em Marcha Contra a Violência e com o lema “Contra o Extermínio da Juventude na Luta Pela Vida”.
O evento contou com a participação de jovens de toda a Diocese de Nova Friburgo e teve início ás 9 horas com uma mística de valorização da vida e em seguida, os participantes se dirigiram para seus grupos onde debateram sobre violência e juventude, tanto da juventude como protagonista, como principalmente vítima da violência que há anos se espalha pelo Brasil.
Após as plenárias os jovens se dirigiram para o ginásio do colégio, onde aconteceram apresentações culturais e agitou os participantes. Além das apresentações de dança, teve também grafite com a reprodução do símbolo da Pastoral da Juventude e do cartaz do Dia Nacional da Juventude, que depois foram ofertados na missa celebrada pelo Bispo Dom Rafael,
Durante a missa, Dom Rafael lembrou a importância da participação dos jovens no dia a dia da igreja e que é preciso manter a juventude firme na caminhada de renovação da igreja no mundo. O evento serviu de estímulo para que os jovens presentes retornassem à suas paróquias e buscassem fortalecer os grupos jovens e a Pastoral da Juventude na Diocese.